quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Masoquistas!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Feliz Aniversário
domingo, 4 de dezembro de 2011
Lá fora
Foi o time que ganhou,
Foi Maria quem casou,
Foi a festa do Senhor.
Lá fora, dançam.
Foi o medo que passou,
Foi a alegria que chegou,
Foi ele quem ficou.
Lá fora, convidam:
“Comemore, dance.
O time ganhou, Maria casou, é festa do Senhor.
O medo passou, a alegria chegou e ele, ah, ele ficou”.
Lá fora, insistem:
“Vem logo. Antes que o time desabe, antes que Maria descase, antes que o Senhor acabe.
Antes que o medo volte, que a alegria não seja forte, que ele se revolte”.
Lá fora, silenciam.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Desesperança
Escrevo
Esculpo minhas máscaras,
Gravo minhas farsas,
Traduzo meus desejos,
Desnudo meus segredos.
Narro-me.
Escrever é inscrever-me em mim.
domingo, 20 de novembro de 2011
Evolução
Revanche
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Espectadora
Nunca machuca
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Procura-se
- Saí hoje cedo dizendo que voltava logo e nunca mais apareci. Foi ficando tarde e eu esperando aflita um telefonema que seja! Nem sinal de mim.
Frio e calculista o delegado informou:
- É necessário esperar 24 horas para configurar um desaparecimento.
Eu protestei:
- Mas é muito tempo, doutor! E se nunca mais eu for encontrada?
Ele deu de ombros. Eu fui por conta própria me procurar na casa de amigos, nos lugares que costumava frequentar. Rodei a madrugada inteira e nem sombra de mim. No dia seguinte, novamente na delegacia:
- Agora estou oficialmente desaparecida!
- Tudo bem, tudo bem... A senhora deu algum sinal de que iria sumir? Estava com problemas?
- Não que eu tenha notado. Eu sou uma pessoa muito responsável e sempre tive um relacionamento muito aberto comigo. Acho que se tivesse com problemas eu teria me contado.
- Sei..., mas a maioria das pessoas desaparece porque quer, minha senhora.
- Não é o meu caso! Tenho certeza que aconteceu alguma coisa grave, doutor. Eu jamais desapareceria assim, me deixando tão aflita!
- O que podemos fazer é te colocar na lista dos desaparecidos e começar a busca. É muito importante que a senhora mantenha a calma. Não posso prometer nada, mas faremos de tudo para encontrá-la.
Já se passou tanto tempo desde essa conversa, que estou perdendo as esperanças. O meu maior medo é que, caso seja encontrada, eu não mais me reconheça.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Respostas
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Ontem
Agora, janela sem vidro. Paisagem invadindo sem timidez o quarto, a vida.
Raios de sol sem obstáculos.
Também o frio, a chuva e o vento não encontram entreposto.
Ao relento, meu coração é expectativa, apreensão, medo e felicidade.
Nitidez
Um borrão está você.
Não te delineia, pelo contrário, dela-te essa incerteza.
Do não-você nascerá um ser que não é borrão.
Nascerá um ser nítido.
Mas não se engane.
Em pouco tempo, pode esperar:
borrarás de novo.
Reside aí o desespero.
Reside aí toda a graça.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Ser
Você quer ser bem-sucedido,
Você quer ser amado,
Você quer ser reconhecido,
Você quer ser respeitado.
Ser ao extremo.
Ser tudo.
Eu estou no caminho contrário.
Quero despir-me de ser.
Sobrevivência
preciso ficar doida.
só assim o mundo me é normal.
só assim meu espírito encontra a sanidade.
Êxtase
À mim, sucede-se o contrário.
É a alegria que me toma.
Embriaga-se de mim,
viaja no meu íntimo.
Sou êxtase.
Deixo a alegria de porre.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Tamanho Real
Em certos dias, as mesmas coisas são pequenas, leves. Corremos o risco de perdê-las no bolso da calça. De deixá-las em um cantinho e de tão pequenininhas, nunca mais encontrá-las.
Mas há os dias especiais, os melhores de todos, em que as coisas têm o seu real tamanho. Dias em que não somos nem alarmistas e nem negligentes. Em que deixamos o palco, dispensamos a platéia e vamos à luta. À capacidade de unir dimensão a fatos damos o nome de equilíbrio.
Tão difícil alcançar...
sábado, 30 de julho de 2011
Coisas urgentes a fazer
Aceitar que algumas pessoas simplesmente não se importam;
Contar aos que se importam como são especiais;
Comprar o presente de aniversário que prometi entregar depois;
Terminar as monografias das últimas duas pós-graduações;
Terminar as relações com quem é fútil e vazio;
Fazer unhas;
Assistir aos últimos três filmes que estrearam;
Parar de pensar em como seria o futuro se...;
Ler os doze livros que estão na estante "livros para ler";
Parar de poupar o mundo de mim;
Poupar o planeta de mim;
Emagrecer os malditos e eternos dois quilinhos.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Fulana
Uma das primeiras amigas que fiz era uma chata. Amiga do tipo “ainda-não-tenho-personalidade-suficiente-para-passar-o-recreio-sozinha”. Ela logo me avisou: não fale com a Fulana. Fulana não presta. Não admito apontar de dedos. Quem que na pré-adolescência não acatou avisos como esse sem questionar que atire a primeira pedra. Fulana virou persona non grata para mim.
Mas não demorou para me enturmar. Aos poucos, notei que meus coleguinhas nutriam uma curiosidade por mim. Eu era a novidade. Resolvi abusar da fama repentina e dei uma festa. Tema-auge da novela das oito, a festa era cigana. As meninas de saiões e brincos dançavam Please Don´t Go em uma pista com gelo seco e iluminada pela sequencia de luzes azul, verde, vermelho e amarelo (agora bati fundo na memória afetiva). Fulana não foi convidada.
Passado um tempo, estou indo embora pra casa e sinto um cutucão. Uma cartinha é estranhamente jogada em minhas mãos por um remetente apressado. Espanto. A despeito de minha grosseria, Fulana, em versinhos rimados, me dizia delicadamente “quero ser sua amiga”. Ali começava uma das relações mais profundas, fraternais e significativas da minha vida.
Da amiga chata, nunca mais ouvi falar.
Naninha, amo você infinito.
Claudinha, também quero ser sua amiga.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Quero
o melhor e o pior,
a beleza e a feiúra,
o engano e o esclarecimento,
a fúria e a candura,
o seco e o molhado,
o cheio e o vazio,
o recato e a luxúria,
a ignorância e o conhecimento,
o desconforto e o aconchego.
Quero inteiro.
Reação
Quero te ver
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Separação
E essa brutal experiência de boas-vindas é apenas a primeira de muitas separações a que somos submetidos. Depois, separamos do bico, da bicicleta com rodinhas, do pai na porta da escola, da escola, dos amigos que vão, da faculdade, da vida sem obrigações, daqueles que morrem, da casa dos pais e, é claro, a dor-mor de todas as separações vivenciadas: dos amores. Como quase toda despedida, nessa vem o pacote do adeus à pessoa, que porventura ainda amamos, à história, aos hábitos, ao conforto, ao conhecido. Separar de um amor, no entanto, seja ele namorado, marido ou amante, tem suas peculiaridades. É uma despedida também dos planos que traçamos. Com algumas frases mal ensaiadas, apagamos o presente e partimos para reiventar o futuro. Sozinhos, sem garantias de compensação ou de sucesso, às vezes, um pouco aliviados, invariavelmente apavorados, partimos rumo ao total e absoluto desconhecido. Pode ser transformador, pode ser promessa, pode ser recomeço, mas é violência e flagelo em estado puro.
Nós dois
terça-feira, 14 de junho de 2011
Meu Desejo
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Despedida
De todos os "adeuses" que tive que pronunciar,
(e, valham-me os deuses, não foram poucos, não foram felizes),
Ontem, foi de todos, o mais triste, o mais difícil.
Ontem, enquanto a madrugada descia com seu manto frio e escuro,
Despedi-me de mim.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Fabiano
quinta-feira, 21 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Confusão
Seu desejo, finalmente,
Em mim fez morada.
E o sol, confuso,
Nasceu de madrugada.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
Pílula do Dia
segunda-feira, 28 de março de 2011
Pílula do Dia
domingo, 27 de março de 2011
Alternativa
Bebê-lo inteiro.
Devorar-lhe cada pedaço.
E, assim, o fez.
Junto com o prazer, também veio o amargo:
Polícia, Igreja, direita;
Racismo, machismo, homofobia;
Regras e códigos a serviço da infelicidade;
A segurança sobre a liberdade.
O mundo estava contaminado.
Então, ela finalmente entendeu.
Era necessário juntar-se com os seus,
E, de estranho útero pária,
Gerar um mundo novo.
Para Carol, por sempre questionar.
sábado, 26 de março de 2011
Homônimos
- Alô, é Pedro Ivo Albuquerque?
- Sim, quem fala?
- Aqui é Pedro Ivo Albuquerque.
- Trote uma hora dessas?
- Não! É verdade. Somos homônimos.
- Meu Deus...
- Surpreso?
- Claro!
- Eu monitoro você há três anos.
- Me monitora?
- Sim, e aproveito pra te agradecer. Você tem cuidado muito bem do nosso nome. Conduta ilibada. Só teve aquela moça que falou mal de você pelo facebook, mas eu desconsiderei. Não me parecia uma opinião muito consistente. De qualquer forma, você poderia selecionar melhor suas companhias... Mas, no geral, não tenho do que reclamar.
- ...?
- Enfim, mas não foi pra te jogar confetes que liguei. É que temos um problema.
- ....!?!
- O Pedro Ivo Albuquerque anda aprontando.
- Eu?
- Não. Outro. Mora em Porto Alegre. O comportamento desse cara ainda vai nos causar problemas.
- E o que você quer que eu faça?
- Participe da nossa conference call hoje à tarde.
- Nossa?
- Estou convocando todos os Pedros Ivos Albuquerques do país para definirmos, em conjunto, qual atitude iremos tomar. Adianto que a situação é gravíssima.
- Sei não...
- Você não se importa com o seu nome?
- Claro... Mas...
- É sua responsabilidade.
- Tudo bem. Que horas?
- Às três da tarde. Entraremos em contato.
- OK.
- Então, até lá.
- Pedro!
- Oi...
- Só mais uma coisa.
- Diga.
- Como eu faço pra ter uma lista de telefones e endereços dos participantes?
segunda-feira, 7 de março de 2011
Pílula do Dia
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Vejo-os
Nem precisa continuar a me imaginar cinematograficamente mediúnica, como o rapazinho assustado de “Sexto Sentido” a sussurrar “I see dead people”. Não é nada disso.
Vou ser paciente com você que é tão paciente comigo, mesmo eu retornando a este tema: a morte. É que eu vivo (e não consigo rir da presente ironia) pensando nela. Então, pacientemente, reformulo a frase: vejo os meus mortos.
Percebo que ainda não fui compreendida. Tire a viseira e tente mais uma vez. Não vejo gente morta. Não vejo a minha gente morta. Não mantenho contato, nem visual que seja, com espectros fantasmagóricos a me contarem informações além-vida. Gostaria de ter essas informações. Gostaria de saber como estão, se me esperam e, principalmente, se sabem se essa será uma espera longa.
Vejo meus mortos, agora sim, o tempo todo. Vejo-os nos objetos, nos móveis, na rua. Vejo-os na televisão e no cinema. Nas revistas e nas notícias do jornal. Vejo-os nos livros que leio à noite e no café que tomo pela manhã. Vejo-os em tudo o que gostaria de com eles compartilhar. Vejo-os naquilo que sei que eles gostariam de também ver. Vejo-os nos lugares, nas viagens, nos cheiros, nos sons e nos hábitos que carrego.
Sei que estão mortos. Duramente, sei disso. Vê-los, no entanto, em todas as coisas que me cercam, é aceitar que estão mortos, mas nunca, jamais, matá-los. Vê-los é a minha pequena vitória sobre a morte.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Música de Ninar
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Instinto
Coberta de moralidade animalesca,
Ausente de julgamento,
Totalmente ignorante do certo e do errado,
Do bom e do ruim,
Do dever e do direito.
O que em mim pulsa é necessidade,
Sinto fome e como,
Sinto sede e bebo,
Sinto raiva e mato,
Sinto desejo e deito-me.
O meu olhar não está no ontem,
(não tenho arrependimentos),
Muito menos no amanhã,
(não meço conseqüências).
Do fogo renasço e no fogo me consumo
Da água surjo e na água me afogo
Da terra sou fruto e na terra me enterro
Do vento sou filha e no vento me desfaço.
Amoral, instinto e fúria.
Animal.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Betinho
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Pílula do Dia
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Ao Remetente
E, agora, eis aqui o meu dilema: não posso aceitar o presente. Bem que queria, mas são adjetivos grandes demais (e maiúsculos!): não tenho espaço para recebê-los. Pensei em alugar um depósito: deixá-los-ia lá até conseguir levá-los comigo. Acontece que corre o risco de empoeirar, estragar, empenar. Sabe-se lá quanto tempo adjetivos podem ficar guardados? Adjetivo tem prazo de validade? Selo do Inmetro?
Poderia trocar. Mas onde se trocam palavras? (ocorreu-me agora uma oportunidade de mercado: Lojas Língua-Mãe - satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta).
A única solução que encontro é devolvê-los. “Devolver presente é uma grande falta de educação”, martela em minha cabeça a voz de minha finada avó. Acredito que Júlia, no entanto, irá entender que meu gesto não é birra, arrogância ou despeito. Entenderá minha total impossibilidade de aceitar esse presente tão grande. Saberá ela que em seu poder ficarão melhor os adjetivos maiúsculos. Certamente, Júlia entenderá. Afinal, como já disse, Júlia é margarida.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Dez coisas que odeio em mim
1 - Um comichão que tenho dentro do esôfago e que me impede de aceitar o imponderável (incluindo que não se pode pular nas nuvens);
2 - A mania de nunca verificar os equipamentos de segurança quando me atiro na vida;
3 - O initerrupto movimento que faço entre calmaria e tempestade;
4 - O frequente esquecimento de que vida é aquilo que acontece do lado de fora da gente;
5 - Um incurável vício em melancolia;
6 - A vontade de restringir a minha alimentação a chocolate e queijo;
7 - A total, irrestrita e absoluta falta de capacidade de manter a boca fechada (a observação constrangedora, o comentário ácido, o conselho difícil: serei eu a pronunciar);
8 - A ansiedade por compreender;
9 - A cega certeza de que a intuição vale mais do que a visão e a audição;
10 - A preguiça de fazer ginástica.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Escolha
Entre tantas possibilidades,
Escolho eu, a felicidade.
Sinto saudade, fome e sede,
Sinto insegurança e frio,
Sinto medo e ardo em vontade,
Ainda assim,
Escolho a felicidade.
E eu que até hoje não sabia,
Que felicidade se escolhia.
Pensava ser coisa que o acaso,
Destinava aos merecedores:
- Bem-aventurados prometidos!
Mas não.
Felicidade não é destino,
É movimento.
Não é benção,
É ação.
Não é estado,
É trabalho (árduo até, ouso dizer).
Sim, é verdade,
Existiam outros caminhos,
Existiam outras possibilidades,
Mas eu estou firme e forte:
Fechei com a felicidade.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Tomás
No início do namoro, ele achou que era normal. Carla, sempre mais linda, mais inteligente, mais carinhosa, mais apaixonada por Tomás. Carla sempre se superando. E Tomás, assustando.
Nas primeiras vezes, Carla se preocupava: “acudam, Tomás está tendo um troço”, mas depois, nem ela mais ligava. Acontece que os anos passaram e os sustos, ao invés de cessarem, aumentaram.
Carla queria casar, mas Tomás não podia nisso nem ouvir falar. Imagina você, todos os dias, um susto tomar? Tomás, não agüentando mais Carla nem visitar, procurou o médico da família, Castor. “Me ajuda, doutor?”. Mas para aquilo não tinha remédio nem explicação, nem em toda a medicina, doutor Castor encontrou uma solução.
Tomás decidiu com Carla terminar. Depois de assustar, a comunicou que com aquele romance não podia continuar. Carla, aos pés de Tomás se jogou, pediu, chorou, implorou. Ele, então, entendeu: “ela é normal, como eu”. Dessa história, final não há. Naquele mesmo dia, foram para o altar. O amor até hoje durou e Tomás nunca mais assustou.
Juca
Nelas, ele vivia,
Nunca ficava calado,
E falava tudo rimado.
Pra comprar pão na padaria,
Tinha que mencionar a tia,
Pra encomendar do dente uma prótese,
Tinha que recorrer a hipótese.
E quando não encontrava,
Alguma palavra que rimava,
Juca emburrava,
E de assunto mudava.
Até que Juca perdidamente se apaixonou,
Pela colega de trabalho ele se enamorou,
Mas entrou em um dilema,
Não pensava em nada pra rimar com Efigênia.
E, sem verso e nem prosa,
Sem rima e nem rosa,
O romance de Juca acabou.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Curtas do Adeus
- Adeus pode ser tristeza, libertação, recomeço ou saudade. Adeus só não pode ser continuidade.
- A palavra “adeus” guarda em si todo o sentido do definitivo. Pronunciá-la dá nó na garganta.
- Às vezes, dar adeus é tão difícil, mas tão difícil, que ficamos dando tchau até criarmos coragem.
- Somente no “adeus”, o caminho conhece seu fim. Adeus é o epílogo em forma de gesto.
- Como que uma palavra construída com deus pode ser tão triste? Será, justamente, por isso?
- “A deus” o que? Ele não precisa de nada. A mim, A nós, A eles.
- Muitas vezes, dar adeus é necessário. Mas como dói! (Adeus é a Itabira de Drummond)
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Dúvida Técnica
Ilha de Boipeba
Agora, a beleza não mais me sufoca. Não digo que me acostumei a ponto de não mais me emocionar ou de transformar paisagens em corriqueiros cenários para a encenação de meu cotidiano. Abri mão, no entanto, de racionalizar, de apreender pela compreensão. No momento, consigo apenas sentir. Sinto-me imersa no presente, ausente de lembranças ou de projetos. Pouco de antes – alguns afetos que carrego onde quer que esteja – e nada de depois. Desfruto o instante soberano: todo-poderoso a me conduzir por caminho nenhum. Acredito que é a esse sentimento que se dá o nome de paz.