Estou sentindo muito a minha falta. Desde que parti, procuro-me em todos os cantos. Já espalhei fotos minhas pela vizinhança e ofereço uma boa recompensa a quem me encontrar. Tão logo sumi, fui até a polícia à minha procura. Estava desesperada atrás de mim e, gaguejando, contei como foi:
- Saí hoje cedo dizendo que voltava logo e nunca mais apareci. Foi ficando tarde e eu esperando aflita um telefonema que seja! Nem sinal de mim.
Frio e calculista o delegado informou:
- É necessário esperar 24 horas para configurar um desaparecimento.
Eu protestei:
- Mas é muito tempo, doutor! E se nunca mais eu for encontrada?
Ele deu de ombros. Eu fui por conta própria me procurar na casa de amigos, nos lugares que costumava frequentar. Rodei a madrugada inteira e nem sombra de mim. No dia seguinte, novamente na delegacia:
- Agora estou oficialmente desaparecida!
- Tudo bem, tudo bem... A senhora deu algum sinal de que iria sumir? Estava com problemas?
- Não que eu tenha notado. Eu sou uma pessoa muito responsável e sempre tive um relacionamento muito aberto comigo. Acho que se tivesse com problemas eu teria me contado.
- Sei..., mas a maioria das pessoas desaparece porque quer, minha senhora.
- Não é o meu caso! Tenho certeza que aconteceu alguma coisa grave, doutor. Eu jamais desapareceria assim, me deixando tão aflita!
- O que podemos fazer é te colocar na lista dos desaparecidos e começar a busca. É muito importante que a senhora mantenha a calma. Não posso prometer nada, mas faremos de tudo para encontrá-la.
Já se passou tanto tempo desde essa conversa, que estou perdendo as esperanças. O meu maior medo é que, caso seja encontrada, eu não mais me reconheça.
SENÇA!
ResponderExcluirJulia, voce esta escrevendo cada vez melhor. Vamos fazer umas adaptacoes do seu texto pro cinema. Eu posso ser ator. Beijos. Nelson Wander.
ResponderExcluiro maximo foi criado com este texto.
ResponderExcluir