Separar é uma merda. Qualquer separação é ruim, mesmo quando é boa. Começa no nascimento o nosso medo de mudar, quando cortam o cordão umbilical e somos obrigados, ainda enrugados, ainda molhados, ainda sem consciência de nada, a encarar a nossa primeira separação. Quando inventarem a tecla SAP para recém-nascidos, entenderemos que o choro estridente que faz o médico acreditar que está tudo bem é, na verdade, um desesperado apelo: “me coloquem lá de volta. Lá é quente, é macio, tem comida. Lá eu já conheço. Com lá eu estou acostumado. Lá é aconchego e lá eu sou amado. Voltem comigo pra lá e fechem essa porra!”. Vamos conversar com os recém-nascidos, tentar convencê-los: “mas você tem o mundo inteiro pela frente. Se você voltar pra lá, não vai conhecer Paris, não vai nadar na cachoeira, nunca vai andar de patins e nem assistir a um filme”. Ele nos olhará intrigado e dirá: “tudo bem. Prefiro o que já conheço”. Pobre criatura humana sem escolha. Não anda, não fala, não tem cabelo, mas já tem que lhe sobrar coragem.
E essa brutal experiência de boas-vindas é apenas a primeira de muitas separações a que somos submetidos. Depois, separamos do bico, da bicicleta com rodinhas, do pai na porta da escola, da escola, dos amigos que vão, da faculdade, da vida sem obrigações, daqueles que morrem, da casa dos pais e, é claro, a dor-mor de todas as separações vivenciadas: dos amores. Como quase toda despedida, nessa vem o pacote do adeus à pessoa, que porventura ainda amamos, à história, aos hábitos, ao conforto, ao conhecido. Separar de um amor, no entanto, seja ele namorado, marido ou amante, tem suas peculiaridades. É uma despedida também dos planos que traçamos. Com algumas frases mal ensaiadas, apagamos o presente e partimos para reiventar o futuro. Sozinhos, sem garantias de compensação ou de sucesso, às vezes, um pouco aliviados, invariavelmente apavorados, partimos rumo ao total e absoluto desconhecido. Pode ser transformador, pode ser promessa, pode ser recomeço, mas é violência e flagelo em estado puro.
E essa brutal experiência de boas-vindas é apenas a primeira de muitas separações a que somos submetidos. Depois, separamos do bico, da bicicleta com rodinhas, do pai na porta da escola, da escola, dos amigos que vão, da faculdade, da vida sem obrigações, daqueles que morrem, da casa dos pais e, é claro, a dor-mor de todas as separações vivenciadas: dos amores. Como quase toda despedida, nessa vem o pacote do adeus à pessoa, que porventura ainda amamos, à história, aos hábitos, ao conforto, ao conhecido. Separar de um amor, no entanto, seja ele namorado, marido ou amante, tem suas peculiaridades. É uma despedida também dos planos que traçamos. Com algumas frases mal ensaiadas, apagamos o presente e partimos para reiventar o futuro. Sozinhos, sem garantias de compensação ou de sucesso, às vezes, um pouco aliviados, invariavelmente apavorados, partimos rumo ao total e absoluto desconhecido. Pode ser transformador, pode ser promessa, pode ser recomeço, mas é violência e flagelo em estado puro.
Dizem existir luz no fim do túnel mesmo nas mais amargas separações. Não há como negar, porém, que alguns túneis são, incrivelmente, mais compridos que outros.
se precisar De colinho,rir/chorar & PHD to aqui!!!
ResponderExcluirNão sou sua mamãe Soninha, mas...sei lá...tô aqui tb, caso precise!
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