quinta-feira, 12 de abril de 2012

Novos eternos dilemas da classe merda brasileira

A classe merda brasileira está com tudo e não está prosa. Não bastassem as taxas elevadíssimas de impostos e a corrupção desenfreada para alegrar os animados bate papos classemerdistas, os pobres desse país resolveram sair da senzala.

Se antes debochar do ex-presidente sem curso superior e dedo mindinho esquerdo era o hours concurs do fim de tarde na chopperia do shopping, nada hoje é páreo para a indignação com a empregada doméstica que virou diarista. "Não se fazem mais empregadas domésticas como antigamente", reclamam nos salões. E não se fazem mesmo. Onde estão as domésticas caladas, cordatas e mal remuneradas? Sumiram junto com o amor pela família que tanto fez por elas. Agora, são só negócios e classe merda que é classe merda faz negócios, mas acha que o amor é importante quando se trata de doméstica. E ai não dá pra amar a doméstica que quer só ganhar bem e ter um horário digno de trabalho. "Mesmo quando a gente ajuda o filho dela que tá doente, mesmo assim, a danada quer ganhar bem e ter um horário digno de trabalho!".

E a raiva só aumenta. Porque os pobres quando resolveram roubar da classe merda os aeroportos, a TV de plasma, Buenos Aires e Miami, roubaram também a organização do Brasil em classes que se diferenciam pelo poder de consumo. Quando o pedreiro usa Nike e o porteiro compra um Playstation 3 para o seu filho, o país perde sua identidade fundante. É o caos generalizado! E classe merda não quer apenas ver realizado o sonho da casa própria, quer organização e estabilidade. Núcleo milionário onde crimes não solucionados ocorrem, núcleo classe merda com tramas conflituosas, casamentos e grávidas sorridentes e núcleo pobre com alegria de viver. "Será que até as novelas irão mudar?"

"Já estão no Facebook e agora pretendem avançar para o Instangram!", pensa o classe merda cool, com seu pullover xadrez e óculos quadrado de aro grosso, enquanto roga por piedade: "deixem, ao menos, a Apple em paz!". Mas não tem jeito. Os brasileiros pobres estão cada vez menos pobres brasileiros. Incontroláveis, insaciáveis e exigentes, eles avançam: abram alas para a orkutização do Brasil!

3 comentários:

  1. querida eh verdade: o poder de consumoda classe C vai beneficiar a todos. Que o diga a Eliane Pinheiro q ha muitos anos trabalha com emergentes....

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  2. Ei Júlia, :)
    Adorei seu texto e mais ainda de perceber que não era à toa a minha admiração por você.
    Bjo enorme.
    Beatriz (Posgrado, lembra?????)

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    1. Claro que lembro!
      Fiquei muito feliz com esse comentário. Também sempre te admirei muito =)
      Beijos

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