sábado, 11 de setembro de 2010

Corremos

Do que corre a menina?
Enquanto corre pensa que voa? Talvez não.
Voar é leve. Voar é pluma. Voar é redenção.
Correr é duro. Correr é aço. Correr é desespero.
Do que corre, então, a menina?
Ora, do que corremos todos nós?
Dos temores secretos, dos sonhos frustrados, da morte implacável.
Corremos da miséria, da maldade e da fome.
Corremos da nossa mediocridade e das nossas inseguranças.
Todos sabemos porque corremos.
A grande questão é: para onde?

Um comentário:

  1. Do que corre a menina?
    É apenas uma volta na lagoa,
    ou enquanto corre pensa que voa?

    Do que corre a menina?
    É apenas um passeio na rua,
    ou enquanto corre pensa que flutua?

    Voar é leve como pluma.
    Sem dúvida alguma,
    voar é redenção.

    Correr é duro como aço.
    Enforca com baraço.
    Correr é desespero.

    Corre a menina,
    não para sair da rotina,
    e nem pensa que voa.

    Corre a menina,
    contra uma forte neblina,
    do que corre qualquer pessoa.

    Corre do sonho perdido,
    do medo escondido,
    da miséria instaurada.

    Corre do inseguro,
    do medíocre sem futuro,
    da doença calada.

    Corre da fome,
    da bondade que some,
    da morte emplacada.

    Ela sabe porque corre.
    O mundo esconde para onde.
    Ela morre.

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