domingo, 2 de maio de 2010

Brado mudo

Cena de "Terra em Transe"

Na última sexta-feira, acordei com vergonha de ser brasileira. Daqui a pouco estarei em Buenos Aires e talvez fique por lá mesmo. Certamente, torcerei para o Chile na próxima Copa do Mundo. O motivo? Porque somos o país do “pra debaixo do tapete”. É assim que resolvemos nossas questões e conflitos. É assim que pretendemos seguir adiante. Foi o que demonstrou, mais uma vez, o STF ao se recusar a revisar a Lei da Anistia. Torturadores e estupradores, sob a benção oficial, permanecerão sem serem julgados.

Um dos pronunciamentos mais infelizes foi o de Ellen: “não é possível viver retroativamente a história”. Poupe-nos, ministra! Enquanto os arquivos não forem abertos e os responsáveis não forem julgados, a ditadura militar será uma história ainda vivida e não passada. Dilma também escorregou (talvez, no seu próprio passado) e disse ser contra o “revanchismo”. Já as famílias de torturados e desaparecidos preferem chamar de justiça.

Enfim, na última sexta-feira acordei com vergonha de ser brasileira. O brado retumbante deste povo “heróico” há muito se calou.

Veja a sensacional "Campanha pela Memória e pela Verdade" feita pela OAB-RJ: http://www.youtube.com/watch?v=b_lrjkAWAZk&feature=related

Um comentário:

  1. O que dizer, melhor calar, pois assim não incomodamos os surdos.

    Essa ferida permanecerá aberta, os responsáveis irão morrer e os que sofreram continuaram a sofrer.

    Brasil, país sem memória.

    ANISTIA PARA TORTURADORES? VERGONHA NACIONAL.

    D.Ayer.Quintela

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