sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Procurando Luciana
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Para Marina
E foi assim que veio essa daqui: cor-de-rosa (por isso, não provoque). Mede pouco mais de dois palmos e é a maior pessoa que já vi, capaz de preencher todos os espaços disponíveis e indisponíveis, alterar rotinas e horários, trocar o dia pela noite, pegar pela mão, de uma só vez, mamãe, papai, avós, titias... e deixar todos ali, à sua volta. “Parem de babar e me deixem dormir”.
Pra completar, o artista celeste que lindamente pintou Marina tratou de dar-lhe logo dois olhinhos brilhantes, tais quais os brinquinhos já ganhados. Seus olhos são da esperança o recado. Fitam-nos (sim vovó, eles fitam) como se dissessem: “ei, vocês que tanto choraram. Vocês que maldisseram os deuses e esqueceram que tudo é renovação, um eterno começar. Eis-me aqui”.
E assim, colorida, pequenina-grande e brilhante, Marina inunda nossa vida de amor.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Moralismo tira comercial do ar
Da Índia ao Leblon
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Disney compra (destrói) Marvel
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
6 coisas que me sinto à vontade pra fazer depois que o Sarney foi inocentado
1 - Subornar o guardinha pra não levar multa e não me achar corrupta por isso;
2 - Não saber nem o nome das pessoas que receberem meu voto nas últimas eleições;
3 - Pular as páginas de política do jornal indo direto pra horóscopo e resumo das novelas;
4 - Na hora do horário eleitoral assistir aos episódios repetidos de Supernanny;
5 - Achar e dizer que político é tudo igual e que o melhor mesmo seria fechar o congresso e o senado;
6 - Trocar meu voto por cesta-básica (será que dá pra negociar convites para shows?).
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Beautiful
Exemplo de imprensa marrom, Beautiful tinha tirinhas recortadas de revistinhas e publicadas sem autorização, piadas de gosto duvidoso e a esperadíssima sessão de fofocas. Nela, eu revelava, basicamente, quem gostava de quem, causando alvoroço na meninada (aliás, “alvoroço” é um nome ótimo pra revista de fofoca, né?). O jornal durou apenas três edições. A publicação acabou antes que eu perdesse todos os meus amigos ou apanhasse na saída.
Hoje, faço listas de coisas bizarras e dou minha opinião sobre o Sarney e a Juliana Paes em um blog lido por cinco pessoas. Nunca mais escrevi algo que causasse alvoroço.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Dia do Pão de Queijo?
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Senado Show
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Collor & Simon
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Sandy new generation
terça-feira, 28 de julho de 2009
Vingança
A Oi já me irritou de todas as formas, entrando para a lista dos meus ódios eternos (junto com o Bush e o Sarney). Uma atendente uma vez me vendeu um plano que era muito bom, não fosse o simples detalhe que ele não existia. Descobri pela fatura. Há dois meses tento sair da Oi e virar uma net - skavurska - mas a linha cai sempre que menciono a palavra "cancelamento".
Hoje, pelo menos, não me sinto mais sozinha. Mais da metade dos indignados do país está comigo.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
A Folha merece Lucas? ou Finalmente: a resposta
“Minha senhora, sempre que perguntamos isso do Sarney a direção de redação diz que a Folha é pluralista. Dá espaço para diversas opiniões. E olha, creio que ele não vai sair tão cedo. Eles também não costumam responder sobre isso e esse é o assunto que mais gera reclamações e manifestações aqui no departamento. O ombudsman não tem força pra tirar ninguém do jornal (suspiro)”.
É isso: eles dão uma desculpa fuleira e, apesar de ser o tema que mais incomoda os leitores, não querem nem saber.
Queria ver Lucas na propaganda da Folha que diz “a verdade acima de tudo”. Queria ver Lucas na diretoria de redação do jornal. Sarney, certamente e finalmente, estaria fora da Folha.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Fora da Folha Sarney II: a missão
Dia 03 de julho: encaminho um e-mail para o ombudsman do jornal querendo saber por que o Sarney é colunista e se essa situação irá se manter;
Dia 06 de julho: Elaine de Almeida, do controle de qualidade de serviços, me manda um e-mail dizendo que minha mensagem deve ser enviada a Editoriais;
Hoje, dia 21 de julho: sem respostas, entro em contato com o Serviço de Atendimento ao Assinante. Pergunto pela minha resposta. “Qual era a pergunta?”. “Se o Sarney vai continuar escrevendo pro jornal e por qual motivo”. “Um momentinho”. Aí a atendente me avisa que eu tenho que entrar em contato com o ombudsman!! Anoto novo telefone: 08000-159-000. Ligarei amanhã.
A quem possa interessar, o e-mail que foi para os editores.
Prezados editores da Folha de S.Paulo,
Há alguns dias, entrei em contato com Ombusdman do jornal e me foi informado que meu e-mail deveria ser direcionado a vocês. Não compreendi o motivo. De qualquer forma, escrevo com esperanças de obter uma resposta transparente e corajosa.
A presença do Sarney como colunista da Folha é um ultraje e depõe contra a integridade do jornal, como já havia alertado Alberto Dines em texto publicado, em abril deste ano, no Observatório da Imprensa. Em face dos novos acontecimentos, essa situação é insustentável e bizarra. De um lado, o jornal se posiciona contra o senador por meio de seus editoriais. Na página seguinte, o mesmo senhor, antes atacado, tem um espaço para escrever o que bem entende.
A Folha não responde pela opinião do Sarney expressada de forma velada em seus textos. Ela não pode, no entanto, se eximir do fato de que concede espaço para que ele se expresse. Espaço, aliás, nobre.
A situação torna-se ainda pior diante do fato de que Sarney é um escritor medíocre, com textos totalmente dispensáveis.
Bom, peço que me respondam se essa situação irá se perpetuar e por qual motivo. Aproveito para copiar alguns amigos também interessados. Podem mandar a resposta com cópia para todos.
Atenciosamente,
Júlia Moysés
(leitora, assinante, jornalista e brasileira)
Florianópolis contra artistas
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O Menino
O menino que em mim mora é do tipo que leva a mãe a comentar com as amigas: “não sei mais o que faço com esse menino”. É um menino de boletim vermelho e bochechas grandes, calças curtas e idéias mirabolantes, que perturbam a professora e a vizinha.
Ainda não consegui descobrir qual a fórmula para despertá-lo, mas pressinto quando ele irá surgir e abalar minha imagem de mulher sensata. Desconfio que ele consegue enxergar pelo meu umbigo e, ao se deparar com uma travessura irresistível, age sem que eu nada possa fazer.
Em diversas ocasiões, já tentei me explicar: “Olha. Não fui em quem disse isso. É que dentro de mim mora um menino muito mal-criado. Foi ele quem fez esse comentário totalmente inapropriado. Eu seria incapaz”. Nunca houve, porém, um ouvinte ofendido que acreditasse em mim. São poucas as pessoas que servem de morada para um menino.
Eu consigo identificar quem também tem um menino desses incorrigíveis dentro de si. Na verdade, é o meu menino (digo meu, mas não o comprei. Foi ele quem me escolheu) que reconhece e sussurra. “Tá vendo aquela pessoa? Ela também tem um menino dentro dela. E digo mais: ele é uma peste. Podemos ficar amigos?”. Eu resisto. Mas ele insiste tanto... Acabo cedendo. Sempre nasceram aí, amizades loucas, incondicionais e eternas.
domingo, 19 de julho de 2009
Em Milão
Essa minha tia é chique que dói (acho “que dói” muito bom. “Que dói” é o “pra caralho” singelo) e foi passar o seu aniversário em Paris. Mandou um e-mail para as mulheres da família relembrando a viagem que fizemos juntas para a Europa. “A primeira vez a gente nunca esquece”. Além de descortinar para mim, menina disneylândia, um mundo novo (mais conhecido como “velho mundo”), a Europa me consagrou na família como a “rainha das manotas de viagens”. Mas como esse espaço é meu, aproveito aqui para me vingar da titia contando um fora dela:
Titia pára em uma barraquinha que vendia chá gelado em Milão. Os sabores: limão e laranja. Ela pede um. O vendedor pergunta “lemon?”. Ela, mais do que depressa: “No. Brasileira”.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Palavrão
Imagino que estavam as palavras, carregadas de sentido que pegaram (alguns também são deixados) em sua longa caminhada, mas não conseguiam descrever, por exemplo, uma coisa demasiadamente boa. Juntaram “boa” e “demais”, “muito” e “boa” e até o próprio “demasiadamente”. Não funcionou. Foi aí que inventaram o “pra caralho”. Porque nenhuma coisa é tão boa até ela ser “boa pra caralho”. E por aí vai.
Um dia, o “cretino” foi chamado de “filho da puta”. Todos se entreolharam. Era isso! “Filho da puta”. Que também pode ser substituído por “grande filho da puta”, ou melhor, “grande filho de uma puta” que, convenhamos, é muito diferente de xingar de mau caráter.
Mais uma: merda. “A festa estava ruim”, pode até encorajar um “será?”. Já “a festa estava uma merda” é definitivo, indiscutível. Significa que a festa estava ruim pra caralho.
Enfim, tem coisas que palavras pequenas e médias não dão conta. Tem coisas que, desculpem-me, pedem um palavrão.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Fora da Folha Sarney!
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Fora Sarney!
Para quem também está indignado: www.forasarney.com
Operação Abafa
As torcidas de futebol não perdoam. Quem não se lembra do “ô amaral, ô amaral, a sua japonesa tá sentada no meu pau” (substituir aqui por pintinho, mas aí não rima)? A principal tônica dos xingamentos contra o adversário é a homofobia (não agüento mais o “ô fulano, viado”. Que falta de criatividade). E a torcida do Palmeiras – só para citar a principal rival o time do Fenômeno – com esse “prato cheio” na mão não fez nenhuma brincadeira, musiquinha, piadinha...
Duvido muito que o senso de respeito à vida privada tenha, finalmente, chegado à pátria de chuteiras. É verdade que parte do mérito vem do carisma de Gornaldinho que, ao mesmo tempo é tão maravilhosamente fantástico e tão humanamente falível. Mesmo assim, não resisto a uma teoria da conspiração: uma operação-abafa-internacional envolvendo ONU, Nike, CBF e Patrícia Poeta. Será?
terça-feira, 30 de junho de 2009
Enfim, Joana e Rodolfo
Enfim, Naninha e Seu Dedé
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Rapidinhas do Diploma
- Contribuição do Fernando: sabe qual é a melô do diploma de jornalista? "Você não vale nada, mas eu gosto de você..."
- Gilmar não me decepcionou ao acabar com o diploma, mas deslizou na justificativa. Ele disse "profissão que não afeta a vida das pessoas". Seria melhor ter dito "porque eu quero, pronto acabou, bjo me liga". Vai dizer isso pra galera da Escola Base pra ele ver. Joaquim vai parecer uma flor de pessoa.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Queridos Amigos
Aos meus queridos amigos.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Coisas Bizarras IV
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Casa noturna será desapropriada para abrigar o Museu da Imagem e do Som
- Aquele puteiro?
- É.
- Já. Uma vez estávamos voltando do samba em uma van clandestina que bateu em um táxi que estava estacionado na porta de lá.
- E aí?
- E aí que o taxista era metido a pitboy e foi pra cima da van tentando dar porrada no motorista. Só que conseguimos fugir.
Puteiro, samba, van clandestina, pitboy, porrada e fugir em um mesmo diálogo. Precisa falar que a Help fica no Rio?
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Vou estar me inscrevendo
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Coisas Bizarras III
14 - Edson, o Pelé
Até onde eu entendi, o Edson virou o Pelé sem deixar de ser o Edson. Ele duplicou. O Pelé pode ser o melhor jogador da história, mas é o cara mais chato do mundo. O Edson é o segundo.
15 - Propaganda da Eparema
Mais alguém reparou no conteúdo sexual dessa propaganda? Tem um cara beijando uma pizza e correndo na praia para abraçar uma coxinha gigante! Sou à favor da liberdade sexual, mas crianças, animais e carboidratos é repugnante.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
O tombo de Caetano
E aí eu vou pra galera!!!
terça-feira, 19 de maio de 2009
Com esnobar* e afeto
Quase posso sentir as mãos delicadas, rápidas e levemente molhadas dando vida ao alimento, ver a toquinha azul usada para esconder os inconvenientes fios de cabelo e escutar o som baixinho da risada de rosto inteiro. A lembrança é tão nítida que a chega a ser um alento para a saudade que é, até hoje, dilacerante. Tenho medo de que ela se borre um dia.
Cozinhando, vovó demonstrava pela família todo o carinho que seus modos discretos escondiam. Se Sazón a descobrisse, fazia dela sua garota propaganda. A risada, a toquinha, as mãos... agora percebo que era tudo uma espécie de magia, feitiço mesmo. Tudo só com esnobar “que quibe árabe não tem essas bobagens que eles colocam aqui no Brasil”.
Nos domingos da minha infância, era quibe, primas e Trapalhões. Na adolescência da rua mais atraente que a casa, era o motivo do retorno: “almoça em casa hoje que vovó vai fazer quibe”. Acredito que nunca conseguirei gostar de um quibe como gostava do da vovó.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Até tu Carla?
terça-feira, 12 de maio de 2009
Desça do muro
domingo, 10 de maio de 2009
Coisas Bizarras - A Coleção
Os novos itens da lista são:
10 - Abraçar árvore
Posso até aceitar, relutantemente confesso, que pode vir a fazer um certo bem pra pessoa. Mas, e a árvore? Será que quem tem esse hábito nunca pensou que as árvores ficam lá, paradas, se perguntando constrangidas: de onde eu conheço esse cara?
11 - Kim Jong-il (o ditador coreano)
"Uma imagem vale mais do que mil palavras"
12 - Novela da Glória Perez
É bizarra, mas eu adoro. Are baba!
13 - Namorada bruxa do melhor amigo
Já perceberam a capacidade que os melhores amigos possuem de arrumarem namoradas insuportáveis e ciumentas? Lanço a campanha: "mulheres melhores para os melhores amigos".
E a coleção continua...
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Coisas Bizarras
A ordem é aleatória. Tentei ordenar de acordo com o grau de bizarrice, mas foi impossível
1 - Ter um castelo em São João Nepomuceno. Repito: São João Nepomuceno
Desviar dinheiro público: infelizmente, comum.
Baranguice: infelizmente, comum.
Escolher São João Nepomuceno para construir um castelo: bizarro.
2 - Hímen, apêndice e dente do siso
Coisas no corpo que só servem pra tirar. E "dente siso" que chama "dente do siso" e eu só descobri agora!
3 - Pessoas que vão a programa de TV
“E o povo que liga pra assistir aqui, ao vivo, o programa do Jô”
4 - A vida antes do google
5 - Padres-cantores-metrosexuais
6 - O PMDB
7 - Luta Livre
8 - Podólotras
Blarg! E deveriam se chamar "pedólotras", né?
9 - Listas que vão até nove
terça-feira, 28 de abril de 2009
Um dia de fúria
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Menina Flor
Foi há cerca de três anos, quando recebi como missão escrever sua biografia para um site. A infância sendo acordado por folias de reis, o apelido de Zé Nosso, a criação de sacis, o respeito profundo pelas pessoas. Pereira me hipnotizou com o sorriso e me fez descobrir que viola era bom de escutar. Que viola também era pra jovem. Pra brincar de roda.
Pereira me faz, com sua música, ter saudades de uma vida que eu nunca tive, mas que está introjetada nos sonhos de minha alma mineira. Pereira me chamou de Menina Flor e, mesmo tendo total ciência da não exclusividade do codinome, me senti única. Quantas meninas flores você conhece?
Retiro o que disse. Sou fã de Chico Buarque. De Pereira e sua viola, sou seguidora.
A foto foi retirada do Myspace do artista:
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Maria Bandinha
Já eu, sempre gostei mais da turma dos bastidores do que dos holofotes. Na coxia, encontrei grandes amigos e um grande amor.
Uma semana sem escrever aqui. Uma semana escrevendo muito lá: http://www.conexaovivo.com.br/
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Obama toma banho
Será que quando o Obama está pelado, sozinho, se lavando como todo mundo se lava - uns mais outros menos -, naquele momento profundamente íntimo, ele não pensa: onde eu fui amarrar minha égua?
terça-feira, 14 de abril de 2009
Revistas de Beagá
Eu não as peço e não as compro, mas elas aparecem por milagre na caixa de correio da minha casa. Aos montes. Já mandei trocar a caixa achando que era defeito, mas de nada adiantou.
As notas são brilhantes:
“A economista Fulana de Tal nos surpreende. Acaba de se graduar em Administração”
Eu também costumo ficar chocada quando algumas pessoas se formam. Mas se eu fosse essa Fulana de Tal, chamava um amigo que impressionou a todos quando se formou em direito e processava o colunista.
A partir daí a coluna dá a notícia dos partos e, subitamente, nos tira da realidade do dia-a-dia belohorizontino e nos faz sentir em uma verdadeira corte inglesa da Era Vitoriana.
“Mais um bem nascido no pedaço”
“Aquele Outro e Aquela Outra já escolheram o nome de sua primeira herdeira”.
Bem nascido e herdeira não é muito agro-aristocrático? Bem-vindos a Pequenópolis.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
SAP
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Casal
Não estou triste.
Então por que você está chorando?
Porque você brigou comigo.
Mas eu não briguei com você.
É verdade.Você não brigou.
Então por que você está triste?
Não estou triste.
Então por que você está chorando?
Ah, estou em um dia assim chorosa. Chorando por chorar. Chorando pouquinho e baixinho só pra aliviar dos dias que não chorei. Tem tanto tempo que não choro!
Isso não faz sentido. Por que você não quer me dizer o motivo?
Porque não existe. É um choro sem tristeza e sem alegria. Choro de entrega, choro de caminhada, choro de existir.
Você está de TPM?
Não.
Ela enxuga as lágrimas e desiste de tentar explicar. Ele continua olhando desconfiado e desiste de tentar entender.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
"Bate Pri" perde para Maximiliano
A cachorra não ganhou. Já ganhou gay, gay enrustido, pobrinho, falso pobrinho, garanhão, mas cachorra ainda é demais para o “Brasil”, essa entidade que ainda não digere bem mulher que rebola até o chão ficar milionária (a não ser que ela fique milionária rebolando até o chão, sacou?).
E minha avassaladora decepção com a final do BBB (que eu já assumi que assisto desde o segundo post) me fez mudar de lado. Se antes eu defendia o entretenimento voyer, hoje, eu acho uma inutilidade sem sentido. O que existe de tão interessante em ver a vida alheia? Em outros realities shows, como o Supernanny você ainda aprende techniques fajutas e fica se sentindo mais capaz de criar uma criança do que a vizinha que teve cinco filhos e ainda cuidou do sobrinho. Mas e o BBB? Em nove edições eu só aprendi duas coisas: o “Brasil” pensa diferente de mim e sabão em pó mata formigas.
A curiosidade pela vida alheia é o que nos faz colocar a cara pra fora da janela tentando ver o vizinho gritando com o filho. O que pode ser mais ridículo do que isso? Em casos extremos, pode até descambar para crime. Com tanto conteúdo pornográfico disponível na rede, o que levou aqueles caras a colocarem uma câmara escondida no banheiro do um navio? E em banheiro público de metrô também tem gente, como diz o jornalista/apresentador, querendo dar uma espiadinha. Fica aqui a dica: espiar tem limites até para o Boninho. E, por falar em rede, quer um lugar mais impulsionado pelo voyerismo do que a internet?
Bom, vou desde já trabalhar para expurgar essa perversão de dentro de mim e aconselho vocês a fazerem o mesmo. Pelo menos até o BBB 10.
Gente, tô indignada com o Maximiliano achando que o “Brasil” ama ele.
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Coisas que coleciono
Ao menos, minhas coleções são adquiridas de forma gratuita. As frases que coleciono podem ser ditas, escutadas, lidas ou pensadas. O meu interlocutor nem desconfia e eu zás: roubo uma frase e coloco em um dos vários caderninhos que me cercam (meus muquitos!).
Quanto aos marcadores, eles me fizeram entrar em um círculo virtuoso. Desde que descobriram que os coleciono, amigos e parentes me trazem de presente de viagem. Isso me torna um fardo a menos: “como é fácil dar presente para ela!”. Assim, sou mais querida, tenho mais amigos e ganho ainda mais marcadores.
Já propagandas eu sempre colecionei (já lancei a sessão “propagandas que coleciono”, muito mais atualizada no twiter). Antes do youtube, porém, guardava-as na memória. Decorava as músicas. Sempre adorei as músicas, até de propagandas que existiram antes que eu existisse. Quem nunca cantou “Voe Vasp. Céu azul, leste, oeste, norte ou sul”, foi mandado para a cama com um “já é hora de dormir, não espere a mamãe mandar”, se divertiu com o gordinho da Honda e seu pijama ou fez pipoca ao som de “pipoca na panela, começa a arrebentar...”. Como colecionadora, afirmo que propaganda para marcar tem que ser extremista, 8 ou 80, fazer rir ou emocionar.
Ainda irei falar das novas, mas não neste post, pois estou saudosista. Talvez escreva uma biografia – minha vida em propagandas.
sábado, 4 de abril de 2009
O homem do discurso
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Manifesto dos Vespertinos
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história da luta de relógios biológicos. A luta entre matutinos e vespertinos. Opressores e oprimidos.
Os matutinos obrigam as nações a adotarem como único horário comercial aquele compreendido entre 9h e 18h. Estabelecem que as aulas devem começar às 7 horas da manhã. Em uma palavra, criam um mundo à sua imagem e semelhança.
Os vespertinos são constrangidos a adotarem, diariamente, horários que agridem cruelmente o seu relógio biológico. Milhares e milhares já tentaram, em vão, adquirir o hábito de dormir e acordar cedo.
Os vespertinos têm o direito de dispor como bem entenderem de suas madrugadas enquanto os matutinos se dão ao direito de dormir. Não se trata de insônia, mas de preferência geneticamente determinada.
Os vespertinos não podem apoderar-se do direito de viver de acordo com sua natureza senão estimulando a criação de serviços 24 horas e de horários comerciais alternativos, das 14h às 22h.
Os matutinos produzem, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória dos vespertinos são igualmente inevitáveis.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Bem-vinda
- Coitado! – a exclamação melancólica parece sair da boca da futura bisavó;
- Não estou triste. Só decepcionado – ameniza uma voz masculina;
- Já eu fui competente. Tive um menino – enaltece outra voz masculina um pouco mais alegre;
Apesar dos sons das vozes me serem bem familiares, corro para a sala com a esperança de encontrar a TV ligada na novela clone de O Clone. Infelizmente, constato que o diálogo absurdo não foi pronunciado pelos indianos caricatos de Glória Perez.
De repente, sou tomada de uma sensação de terror e me vem à memória um filme B da década de 80 no qual acontece não-sei-o-quê e as personagens ficam presas em um passado sombrio.
Corro esbaforida, sinto meu coração palpitando, a garganta seca. Abro o jornal e grito aliviada: 2009! Estamos em 2009!
Relembro o diálogo e o alívio, subitamente, se transforma em perplexidade.
A menina que está por vir logo perceberá que, por mais que as aparências enganem, na sua família são as mulheres que mandam. Algumas com jeito, outras com falta de jeito, conseguem que os homens que as rodeiam façam tudo, ou quase tudo, do jeito delas. Ela saberá que, nessa família, teve uma mulher de olhos azuis a quem todos obedeciam e que, hoje, são as sete mulheres (com ela oito) que ditam as regras. Se um dia souber do diálogo acima, olhará para o seu pai babão e que por ela tudo faz e não entenderá nada. Estando nessa família, essa menina vai logo aprender que machismo merece deboche, que as mulheres não são iguais aos homens (e nem melhores, e nem piores) e que são justamente as diferenças que tornam tudo bem mais divertido.
Esse post merece o filme belíssimo que a Lápis Raro fez para o Dia Internacional da Mulher:
quarta-feira, 25 de março de 2009
Depois da Crise
E, “futuróloga” que sou, já não agüento mais falar de crise – pacotes salva-vidas, ricos menos ricos, pobres mais pobres e manuais dos mais diversos tipos: como sobreviver em tempos de crise, dez coisas para a crise não pegar você, deixe a crise no vizinho. A própria crise gerando o mercado da crise. Enfim, quero saber o que será depois.
Qual impacto essa situação gerará na nossa sociedade? Já conseguiremos perceber mudanças ou precisaremos de um distanciamento histórico para notar as diferenças? Que análise farão as futuras gerações do que somos e do que nos tornaremos?
Enquanto o futuro não chega, faço o que não devo e sonho com ele. Seria imaginar uma forma de me preparar?
segunda-feira, 23 de março de 2009
O PMDB e eu
Onde estão as explicações sobre os escândalos de corrupção envolvendo os caciques do partido? Diante do silêncio, onde estão os panelaços à la nossos hermanos? (por que Papai Noel ainda não chegou?)
O Brasil é uma pátria de anestesiados, petrificados diante da certeza de que nada adianta, de que gritar só os deixará roucos. O Sarney assume o senado, o Renan volta triunfal, Newtão assume patrimônio bilionário e isso não gera nenhuma comoção. Digo por mim: não marchei, não fiz abaixo assinado, não fiz greve de fome, não gritei e sequer chorei. Nem mesmo pensei nisso após o fim do jornal. Eu sou o retrato desse país mudo. Gosto de política, mas não a ponto de me envolver.
domingo, 22 de março de 2009
Diferenças
Judeus, palestinos, cristãos, muçulmanos, hindus, umbandistas, homossexual, heterossexual, bissexual, pansexual, metrosexual, assexual, negros, brancos, índios, pardos, amarelos, ingleses, chineses, brasileiros, alemães, mulheres, homens, velhos, esquerdistas, direitistas, pobres, ricos e emergentes.
E depois de tudo, a única diferenciação que faz realmente sentido é aquela entre as pessoas que comem trivialmente um biscoito recheado e as que se reservam ao direito de retirar com os dentes a sua primeira camada, raspar seu recheio e, só então, engolir o restante.
sábado, 21 de março de 2009
Dá pra fazer
Eu amo propaganda (bem feita, claro!). Como há três posts abaixo eu disse que o Ministério da Saúde só faz propaganda "desconectada" tentando incentivar o uso da camisinha (desconectada, nesse caso, é sinônimo de "héin?"), venho aqui provar o meu argumento com propagandas fantásicas sobre o tema garimpadas no youtube (algumas já foram mais do que disparadas por e-mail).
Propaganda boa de camisinha. Isso dá pra fazer.
terça-feira, 17 de março de 2009
Balzaquianas: a pesquisa
Lá vem a noiva
Sim. Sei que estou sendo alarmista, mas é difícil constatar o que a desaceleração do meu metabolismo já indicava. A idade contada em festas: as de 15 anos, as de formatura, os casamentos (onde estou). O que vem depois? Bodas?
No carro, pensando em qual vestido usar no casamento da Cris, coloco o CD do Chico e música vai, música vem, chega “Flor da Idade”. Só pode ser perseguição. A música que fala “aí a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor...”, me mostrando que envelhecer é ver os “primeiros” serem cada vez mais raros. O que fazemos que é novidade? Não vale comer em restaurante novo. Tô falando daquela novidade que de tão inédita faz a nossa barriga doer de ansiedade. Pois é... Pensando bem, acho que casar deve ser uma novidade bem grande.
Cris e Digo, desejo a vocês tolerância e ternura
segunda-feira, 16 de março de 2009
Pause
Às vezes, é necessário nos colocar, dois dias que seja, em pause. Permitir-se não estar conectado, informado e antenado. Não se trata de uma posição estúpida contra a tecnologia (amo tanto meu laptop e ipod que não preciso de animais de estimação para alegrar a casa), mas de uma constatação que precisamos, em alguns momentos, parar.
O estresse (existe em português) como doença já virou uma questão de saúde pública. Seguem sugestões de campanhas para o Ministério da Saúde:
“Não leia e-mails aos domingos”
“Antes de dormir, desligue o celular”
“Tire férias”
“Não leve jornal para a praia”
Podem ficar mais interessantes do que as “desconectadas” campanhas pelo uso da camisinha.
OBS: Marina reclamou do post Única, dizendo que sempre lê o blog. Agora, já são duas.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Em algum lugar do Rio
quinta-feira, 12 de março de 2009
Única
Ao ler o que eu escrevo, Maria me transforma em escritora (mediana que seja) e também me faz sentir que escrever aqui é uma grande responsabilidade. Fico culpada quando deixo o blog desatualizado. “Será que Maria já entrou?”.
Estou lendo “Campo Geral” de Guimarães Rosa que não precisa de mim. Se conseguisse escrever uma única linha roseana, talvez também não precisasse da Maria, mas eu não tenho essa ilusão. Se ficasse 80 anos tentando, perderia 80 anos e não sairia uma linha que seja.
Enquanto Maria me agüentar, serei escritora de uma única leitora. Quando Maria se cansar, esse blog não mais existirá.
domingo, 8 de março de 2009
Denunciar Abuso
A tática é intimidar por meio de xingamentos e ameaças de criação de um perfil falso com meu nome e foto. Até o momento, fui xingada de puta e vadia (bocejo, como diz o pessoal do te dou um dado). Nenhum perfil falso por enquanto mas, por via das dúvidas, consultei um amigo da polícia civil que se especializou em crimes pela internet.
Momento serviço de utilidade pública:
Caso seja criado um perfil falso com o seu nome ou foto, ou algum perfil resolva te “atacar” por meio de scraps ou comunidades, será configurado, assim como no mundo real, crime de calúnia, difamação e injúria. O primeiro passo é ir ao “denunciar abuso” do orkut e contar o que ocorreu, ou mandar uma notificação por escrito para os escritórios da Google em São Paulo ou Belo Horizonte. Na seqüência, procure uma Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e faça uma queixa. Você pode também entrar com uma ação na justiça ou ir até o Ministério Público. O Orkut será obrigado a retirar o conteúdo e o cretino, mesmo com o perfil falso, ainda poderá ser encontrado por meio do IP. Não esqueça de juntar as evidências (tratei de dar um print nas páginas antes de apagar os recados).
Darth Vader(s) à parte, o incidente me mostrou o “lado negro” da rede de relacionamentos, onde os crimes vão desde o ataque à honra até racismo, pedofilia e venda de drogas. Pessoas (será?) que se escondem atrás de pseudônimos ridículos para praticarem crimes (sendo que o pior deles é ser patético), infelizmente, estão em toda parte, no mundo real e virtual. O que me pergunto é até onde vai a responsabilidade da própria Google. Pode uma empresa instrumentalizar marginais e lavar as mãos? Limitar-se a aceitar as liminares judiciais é o suficiente?
Considero inaceitável a alegação de que é impossível controlar o conteúdo postado. O Orkut tem cerca de 13 milhões de usuários e nem todos totalmente ativos. Se fosse contratado um moderador para cada 5 mil usuários (creio que seja o suficiente) seriam necessários 2 mil e 600 moderadores. Se cada moderador ganhasse mil reais seriam 2 milhões e 600 mil reais por mês e 31 milhões e 200 mil reais por ano gastos com o controle do conteúdo postado. Portanto, jeito tem. Não tem é interesse.
Até agora, a denúncia que fiz ao Orkut não resultou no cancelamento do perfil. O conteúdo racista, homofóbico e machista de Sacerdote Anasta Castello Branco permanece no ar.