terça-feira, 14 de junho de 2011

Meu Desejo

Meu desejo não está nas vitrines e nem estampado nas revistas. Não é anunciado por mulheres gostosas em propagandas enganosas (e nem nas verídicas). Meu desejo não pode ser comprado, alugado, emprestado, furtado ou roubado. É tão simples o que desejo e, ainda assim, não pode ser adquirido nem por um milhão de dólares. O Bill Gates não pode comprar o meu desejo. No momento, é inacessível, inatingível, inviável.

Meu desejo não é de tecnologia de ponta, não é o último lançamento, não tem designer inovador. Meu desejo uma vez satisfeito não me deixará mais magra, nem mais rica e não existe garantias de que mais feliz. Meu desejo não dá status. Não está nas prateleiras, não tem embalagem, etiqueta ou sistema de distribuição. Não pode ser encontrado no mercado negro, contrabandeado ou trocado. Meu desejo não entra em liquidação e não tem selo do Inmetro.

Meu desejo faz de mim uma prisioneira cercada pelas grades das circunstâncias. E existe algo que seja mais almejado e inegociável do que a liberdade?

4 comentários:

  1. Você falou sobre os desejos na essência, ou melhor, o “teu” desejo na “sua” essência. Todavia, tão singular! Variados não são só os desejos, mas as forma de desejar. Como percebê-los e interpretá-los. Ao encararmos nossos próprios desejos vemos Eros tresloucado com sua seta inconsistente junto ao mais sóbrio dos filósofos a racionalizar a realidade. Como nos ensinou o bigodudo prussiano, “o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir.” Então porque continuamos a evitar cinicamente nossos desejos nos tornando a projeção dos desejos dos outros? Continue a desejar. Deseje sempre! Por mais inviável que possa lhe parecer.

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  2. Pode postar mais...quase dois meses sem nada! rsrsrsrs

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