Deve ser a lembrança guardada de um tempo em que ficávamos seguros e aconhegados no colo de nossa mãe. Lembrança de quando éramos felizes e alienados - felizmente alienados. Tempo em que comer e dormir era o que nos cabia e tínhamos quem nos alimentava e ninava. Provavelmente, vem daí a nossa ligação com o leite. Para minha avó, leite queimado era remédio de noites insones - para aquecer a garganta, cessando a tosse, ou a alma, cessando o soluço. Agora, que tanto a garganta quanto a alma doem, ardem e suplicam, quem me ama reconforta-me com leite. Leite é colo em sua forma líquida.
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